domingo, 21 de agosto de 2011

A menina que lê... e escreve I

A menina que lê. A menina que escreve.  Quem sabe, seja uma menina que lê e que escreve. Esta menina não se importa com o horário de dormir, pois está com um livro sempre às mãos desbravando mundos e conhecendo heróis. Talvez sendo heroína. Essa menina que lê sempre espera por um final feliz, ou trágico, ou quem sabe inusitado pois sabe que toda boa história chega a um final, seja ele qual for. Viaja por reinos distantes, fala com seres inanimados e cria suas próprias expectativas de viver. Sempre pode ser vista em um lugar distante, pois suas melhores companhias são as palavras. 



Palavras que vem, vão e ficam. E se renovam a cada leitura. A menina que lê não espera por um ogro, mas por um príncipe de contos de fadas que saiba o que dizer no momento certo e que entenda apenas um olhar como negativa para uma resposta.  Não entende o talvez, pois seu mundo é recheado de sins e nãos. Não idealiza, vive. A menina que lê tem uma subjetividade transcrita no objetivo que poucos entendem, mas os que o fazem ganham horas e horas de contato com ela. Vez por vez, se descobre revirando prateleiras e baus com livros antigos, observando os meros detalhes de uma coleção que sonhava encontrar. E este tesouro encontrado, rende-lhe duas lágrimas salgadas que escorrem por sua face tamanho contentamento da descoberta. Um verdadeiro tesouro para a menina que lê não está na riqueza material, mas na riqueza das relações, pois cada qual tem um dom, uma sina e uma vida. A menina que lê também escreve. Escreve sonhos, realidade, constância e inconstância. Vive e revive cada minuto como se mergulhasse nas páginas lidas e escritas no mar da ilusão. A menina que lê não espera grandes presentes mas faz gigante uma obra nova. Ela não perde horas; ganha momentos. Viaja por Nárnia, luta com feiticeiras, conhece minotauros e navega em Peregrinos. Faz da vida a palavra. Da palavra a vida. A menina que escreve e lê não denota. Conota razões. Das razões cria sua existência. Não admira brutos. Idealiza inteligência. Da inteligência conota motivo. E o motivo? Sua escolha pela razão, pela sabedoria e pelo mundo que cria. Seu. Seu em essência e em existência. Ela existe, vive, lê e escreve. Escreve e lê sua essência em existência.




Alessandra Beatriz 

3 comentários:

  1. Lindo texto, Beatriz... Essa menina que lê e escreve, acredito que seja você, mesma, não? Abraço amigo, cuide-se bem, cuide-se sempre!... Grato pela oportunidade de participar...

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  2. Geraldo! Prazer tê-lo por aqui!! Sim... além de uma professora de literatura apaixonada pela vida a menina que lê e escreve sou eu... descrita da mais simples forma.... como eu me manifesto e existo! Grande Abraço!

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  3. Oi, gostei do seu blog e resolvi seguir... Comecei um faz pouco tempo, se quiser, passa lá: http://enquantoeutiverperguntas.blogspot.com Bj

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