domingo, 27 de novembro de 2011

Urgência




Um dia você acorda e descobre o sentido e o valor da palavra URGÊNCIA. O que antes, com poucos anos parecia ser urgente, agora o deixa de ser com uma importância tão diferente que  em muitas das vezes pode causar estranheza. Urgência é o encontro dos olhares no final do dia, não a necessidade de tê-los a todo momento. É a certeza de um BOM DIA, não a pressa em o fazê-lo. É receber um SMS e pensar no que responder para que a resposta seja sentida e desperte um sorriso de contentamento e alegria não responder apenas um ok! ou um sinalzinho gráfico. É esperar o momento de tomar o café da manhã e sentir o cheirinho que rescende pela cozinha ou ter o café da manhã na cama; não apenas sair correndo de atraso. É receber no meio da noite um beijo só pra dizer que TE AMA. É receber um olhar quando acaba de despertar e mesmo que o rosto todo amassado simplesmente ouvir que VOCÊ É LINDA! Deixa de ser urgência a compra no mercado, o preparo do jantar, a roupa mal passada quando se tem alguém do lado que se espera por toda a vida. Vale a pena ter urgência quando se diz EU TE AMO! Quando se espera a chegada no fim do dia, quando se espera a chuva passar ou se corre por carro pra fugir do chuvisco. Vale a pena pensar em envelhecer quando o tempo é seu aliado, não inimigo. Urgência é quando aquele que te ama te diz ser LINDA MESMO VESTIDA COM UM SACO DE LINHA. Vale a pena a urgência de juntar moedinhas pra comprar o pão-de-queijo porque não se foi ao banco "buscar dinheiro". Urgência é amar e ser amado. A cada dia, a cada minuto. Vale ter urgência no momento da conciliação, quando o pedido de desculpas é acompanhado de um beijo. Deixa de ser urgente o telefonema que não aconteceu ou o atraso no horário marcado para ser a melhor parte do dia o OI, AMor!!! Vale a pena a urgência de matar a saudade e sentí-la todos os dias, em todos os momentos do dia. E por falar em amor..... Vale a pena a urgência do amor.... valendo a pena ser urgente quando toda urgência existe apenas para ser vivida e amada. 

domingo, 6 de novembro de 2011

Insensatez




No encontro com o eu extremado busquei as razões e os motivos para ser o que nunca fui.
Busquei respostas de perguntas que nunca conseguirei responder. Vejo o tempo passando, as pessoas mudando, os veículos com suas extremadas buzinas, o Carnaval essencial do sambista que perde a voz e tantas outras coisas que sequer consigo exprimir em palavras. Sinto vontade de fugir de máscara. Transformar um engarrafamento em carnaval e o ódio do mundo em sorriso. Transformar o sorriso de uma criança, simples, humilde, sincero na mais bela obra de arte e assiná-la como eu mesma. Vejo na insensatez do mundo o absurdo do abandono de uma criança, uma mãe que some e que sequer olha pra trás, os desmandos de quem quer apenas  o poder e dizer que TEM. Apenas isso. Nada mais. Olho a miséria de um jovem que acredita ser o dono mundo enquanto apenas está nele. Vejo no carinho de um idoso a caminhada árdua e a demora, senão a espera do futuro que bem ou mal há de vir. Vejo no abrir de uma janela a existência de um mundo novo, enorme e gigante que se abre ao raiar do sol. Vejo no poeta dos ventos a vida  que ora se constrói em cada passo. Vejo nos passos que dou a cada dia, um novo caminho, uma nova estrada e uma nova vida a ser vivida, a cada dia.  Como responder a tanta insensatez no meio de tanta sensatez reparada e mascarada pela hipocrisia? Talvez na insensatez. Insensatez? O que é insensatez?

Na ponta dos pés


"Busco na ponta de meus pé o movimento que por vezes não encontro nos meus simples gestos. Busco na dança de minhas mãos a coragem de ser apenas Eu enquanto o mundo espera que eu seja OUTRO. Busco na certeza de minhas dores, de meus calos, o calor das minhas emoções. Busco nas minhas pontas a ponta de existir e de diminuir a dor e o medo de cair. Busco no calor dos meus pés a dor que se transforma na melodia de minha existência. Na ponta de meus pés busquei a razão de ter medo. De não ter sabe-se lá o quê? Ou quem sabe, eu saiba quem sou? onde estou? porque vou e se irei? Quando subo na ponta de meus pés, sinto o que por vezes não consigo ser, buscando-me na perfeição que busco ter. Busco na ponta de meus pés Eu. Ou não? Ou sim? Ou quem sabe? Apenas na ponta. Na ponta de meus pés."